Fabio Mestriner
DESIGNER, PROFESSOR & ESCRITOR


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Artigos do Professor Fábio Mestriner
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Dezembro/2019

Em 2020 o problema não vai ser vender, será entregar!  
ARTIGO POR FABIO MESTRINER


Está na hora de fazer planos, encerrar a década e se preparar para começar uma novinha em folha. Uma nova onda de otimismo parece estar surgindo e as esperanças no ano que se vem aí estão mais fortes.

Eu também estou me preparando e analisando os cenários de diversas perspectivas para compor os elementos que são apresentados na economia, nas pesquisas, previsão de safras e nas séries históricas que mostram a evolução de diversos índices que podem ser utilizados para melhor entender o que aconteceu e para onde apontam os vetores que apontam para o futuro próximo.

Felizmente uso uma agenda grande (formato A3) e anoto tudo nela, assim posso ter um desenho do ano que passou que utilizo para fazer a síntese do que foi o ano e fazer as correções e ajustes necessários para melhorar aquilo que depende de mim.

Nas minhas agendas tem uma página final com o título: “2019 foi assim” e no final da semana que vem vou completar esta página.
Este artigo está sendo escrito porque muita coisa melhorou neste ano e deve seguir na mesma direção no ano de 2020. Por exemplo, no dia 8 de janeiro eu anotei no pé da coluna do dia, que a bolsa subiu 0,36% e alcançou 92.230 pontos. Ontem, dia 13 de dezembro a bolsa subiu
0,33% alcançando o recorde histórico de 112.564 pontos...

Os juros caíram para o menor patamar histórico e a inflação está sob controle. Existem diversos indícios que apontam para a melhoria do ambiente econômico e um professor dos professores, que costumo consultar e que não tem errado nada nas últimas duas décadas me afirmou que na avaliação dele, nosso PIB deve crescer pelo menos 3% no ano que vem.

Mas, tem sempre detalhes que exigem cautela pois, os políticos e ajustiça brasileira tem nos decepcionado tanto que fica difícil acreditar que não seremos novamente vítimas da falta de visão, da desonestidade e da baixa qualificação destas instituições que são muito menores que as enormes potencialidades de nosso país.



Brasil, 9º economia do mundo

Todo brasileiro é capaz de responder sem titubear e apontar a razão por que o Brasil é um país pobre, atrasado, desigual e subdesenvolvido, mas são poucos aqueles capazes de responder com segurança a seguinte pergunta: Porque mesmo assim, o Brasil está entre as 10 maiores economias mundiais?

Poucos se dão conta de que em termos de produção de bens e consumo, nosso país é maior que o Canadá, a Rússia, Coreia do Sul, e todos os países da Europa com exceção da Itália, França, Reino Unido e Alemanha.

Todos sabem e reconhecem que o Brasil é uma potência agrícola, que o agrobusiness brasileiro tem um desempenho excelente e que somos um dos maiores exportadores de alimentos, mas poucos se dão conta que a grande riqueza de um país é seu mercado consumidor pois os serviços há muito tempo superaram a indústria como principal componente da economia. Por isso, é importante lembrar que o nosso mercado de consumo está entre os 5 maiores mercados do mundo em muitas das categorias de maior destaque. Somos o 2º maior mercado mundial de PET e de Biscoitos, o 3º de cerveja, o 4º de automóveis, 5º de smathphones e estamos os 10 que mais movimentam o mercado de games e os 10 maiores fabricantes de caminhões no mundo.

O Brasil é o 2º maior mercado da aviação civil e São Paulo a cidade que possui a maior frota de Helicópteros do mundo.



Este quadro serve apenas para lembrar que não é só agricultura e minérios que formam a massa de negócios que compões nossa economia, o Brasil é também um país industrial com um parque industrial muito diversificado composto por grandes grupos nacionais e milhares de empresas multinacionais que aqui se instalaram para atuar no mercado interno e daqui exportarem sua produção.

 

Consumo é Cultura e Construção Social

O grande projeto nacional da China no momento, é a construção do mercado de consumo interno pois o governo central compreendeu que tem o maior mercado potencial do mundo e que este pode se tornar seu maior ativo, garantindo a sua indústria um imensidão de consumidores que vai diminuir a dependência do mercado externo com suas oscilações e conflitos.

No Brasil, esta construção começou há muito tempo e ganhou impulso logo depois da Primeira Guerra Mundial quando empresas europeias que viram seus mercados destruídos, enxergaram o potencial do mercado no Brasil.

A Nestlé chegou em 1921, a Philips em 1924 e a Unilever em 1929.
Empresas americanas também vieram aqui se instalar, a Kolynos veio em 1917, a Ford em 1919, e a Colgate Palmolive em 1927.
Junto com estas empresas vieram o marketing e a publicidade que elas trouxeram de suas matrizes, importando inclusive suas agências de propaganda. A J.W.Thopson, agência americana que atendia a Ford se instalou no Brasil em 1929.

As multinacionais com suas agências forneceram o grande impulso que fez prosperar a propaganda no Brasil e consequentemente os meios de comunicação, pois é a propaganda que permite que o rádio e a tv aberta sejam fornecidas gratuitamente à população.
Este grande esforço conjunto, ao qual aderiram com entusiasmo as empresas nacionais, ajudou a criar um mercado de consumo nos moldes da Europa e dos Estados Unidos fazendo com o Brasil de hoje seja um país aberto a novidades e ao que existe de mais atual no mundo contemporâneo.

Também contribuiu para esta construção a fundação em 1951 da ESPM Escola Superior de Propaganda e Marketing, que durante 68 anos vem formando gerações de profissionais que lideram este grande esforço de sintonizar suas empresas e produtos com as necessidades e os anseios dos consumidores.
A evolução do mercado de consumo no Brasil é, portanto, uma conquista de gerações e um exemplo desta evolução é adesão entusiástica dos brasileiros à internet e ao e-commerce.

 

A Black Friday 2019 obteve 8,73% Milhões de pedidos, crescimento de 27% em relação a edição 2018. Foram R$ 4,77 Bilhões de reais de faturamento, um valor que demonstra que os consumidores brasileiros já adotaram as compras online permitindo que empresas vendam pela internet para tosos os 5.700 municípios do país.

O problema em 2020 vai ser entregar...

Diante do até aqui exposto, é preciso acrescentar ainda, aquele que é o fator preponderante na elevação da perspectiva de crescimento do nosso mercado em 2020, ou seja, o tamanho da população Brasileira.

O Brasil não é grande apenas em quilômetros quadrados, o Brasil é grande no número de brasileiros. A quantidade de pessoas é fundamental para fornecer “massa crítica” para instalação e funcionamento de indústrias e empreendimentos comerciais de grande porte.

Ninguém almoça duas vezes, tem que ter gente para consumir os produtos, aumentar a produção, gerar mais empregos e mais holerites que por sua vez aumentam o consumo e fazem a economia funcionar.

Só existem 5 países no mundo com população maior que a do Brasil, mas exceto os USA, o único cujo mercado tem características e padrão ocidental similar a Europa e aos Estados Unidos é o Brasil e quando este mercado tem a perspectiva de crescer em torno de 3% no ano que vem, é preciso se preparar.

Portanto, meus caros, preparem-se para não deixar passar as oportunidades que vão surgir em 2020!
Fortaleçam suas relações com seus principais fornecedores, promovam melhorias de produtividade e performance em sua operação, mas principalmente, reforcem seus vínculos com as pessoas das quais dependem o funcionamento de seus negócios, sejam funcionários ou clientes, porque não custa lembrar, em todos os negócios, de um lado estão pessoas e do outro também.

Vamos ter que entregar mais...
Economia não é só números, o crescimento do PIB é feito por pessoas, trabalho e sonhos. O Brasil tem 210 milhões de pessoas que tem o sonho de melhor de vida, que levantam de manhã e tentam melhorar de vida até a hora em que vão dormir.

Não deixem que as decepções nem os erros do passado te impeçam de aproveitar a nova década que se inicia com este promissor ano de 2020 que se anuncia no horizonte.

 


Fabio Mestriner
Designer – Professor – Escritor
Autor de livros didáticos sobre embalagem adotados por mais de 30 universidades
Professor na ESPM consulting

 


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