Fabio Mestriner
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Artigos do Professor Fábio Mestriner
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Janeiro/2019

A Embalagem na revolução do indivíduo
ARTIGO POR FABIO MESTRINER


Vivemos tempos extraordinários onde o poder autoral das pessoas se tornou uma realidade presente na vida das multidões que hoje tem acesso a uma infinidade de recursos digitais on-line numa escala sem precedentes.

Bilhões de pessoas espalhadas pelo mundo agora participam ativamente das redes sociais e da mirabolante miríade de informações disponíveis gratuitamente e compartilhadas por indivíduos e grupos de interesse que empreendem a odisseia do conhecimento num nível jamais sonhado.
Tudo isso que acontece neste início do século XXI, aponta para uma realidade otimista e cheia de expectativas de progresso e de grandes realizações.

Apesar de muitos terem dúvidas sobre onde isso vai dar e até mesmo sobre o caráter duvidoso de algumas grandes empresas suspeitas de manipular dados e da ação de hackers e meliantes de todas as ideologias, ninguém pode deixar de reconhecer que vivemos num novo mundo de possibilidades proporcionado por tecnologias florescentes e disruptivas.

Este cenário surpreendente é apenas a evolução natural da revolução do conhecimento que ganhou velocidade a partir de 1455 quando Gutemberg conseguiu dominar os detalhes do processo de impressão com tipos móveis, criando a plataforma que sustentou e a ponte por onde passou a maior parte do conhecimento que abriu caminho para o progresso da humanidade. O computador e a internet são apenas passos desta caminhada que nos fizeram galgar o patamar que hoje nos encontramos e de onde podemos vislumbrar um futuro que até mesmo a ficção científica está tendo dificuldade em imaginar e apresentar em suas obras.


Hoje, a soma destas novas tecnologias que incluem ainda equipamentos computadorizados de grande capacidade e acessíveis aos indivíduos, está permitindo que mais pessoas empreendam seus próprios negócios configurando o que está sendo chamado de “revolução maker” onde milhões de pessoas conseguem trabalhar e produzir sem manterem vínculos empregatícios com empresas formais, atuando por conta própria como empreendedores da nova economia.

Esta nova forma de inserção produtiva está democratizando o modo de produção e fortalecendo ainda mais o conceito de autoria do indivíduo.

Apenas para ilustrar melhor este conceito, uma das vertentes desta revolução vem sendo chamada de "personal energy", pois estima-se que num futuro muito breve, as fábricas produzirão sua própria energia, assim como os edifícios, as casas, os carros e as... bicicletas.

Neste novo ambiente de tecnologia intensiva as grandes empresas com suas complexas estruturas empresariais que antes eram dominantes estão cedendo parte de seu espaço para pequenos negócios ágeis que dispensam os escritórios, as hierarquias organizacionais e toda a cadeia de custos inerentes à forma tradicional de operação empresarial.

Pequenos empreendedores estão operando em suas casas ou em espaços compartilhados, os conceitos de startup e cowork vem ganhando força e criando novas necessidades que demandam embalagens de uma maneira diferente da que era demandada até agora.

Como a embalagem pode participar efetivamente
da revolução do indivíduo
e não perder o bonde da evolução

Os indivíduos na sua nova forma de empreender e participar da economia precisam de embalagens de boa qualidade fornecidas nas quantidades adequadas a suas necessidades e essa é a grande dificuldade que estão encontrando.

Ciente desta nova realidade, a indústria de embalagem precisa rever seus processos e sua forma de atuação para que consiga, ela também, participar da revolução do indivíduo abrindo suas portas para que empreendedores e microempresas possam ter acesso a seus produtos nas quantidades reduzidas demandadas por estas pequenas organizações.

Um dos exemplos que tem chamado a atenção para esta nova realidade é o que vem acontecendo com as micro cervejarias, modalidade de produção que vem ganhando adeptos entusiasmados e já está conseguindo abocanhar quase 2% da produção nacional de cerveja com valor aproximado de mais de 2 bilhões de reais.

O que antes era uma atividade de entusiastas cervejeiros amadores, virou negócio para centenas de pequenas cervejarias que hoje demandam embalagens numa quantidade que a indústria vidreira está tendo dificuldade em atender.

Mas a realidade mostra que existe mercado para praticamente todos os tipos de embalagens que forem capazes de atender as peculiaridades destes indivíduos e suas novas empresas que precisam embalar seus produtos para participar do mercado.

Nas palestras que faço para o Sebrae, entidades e associações ligadas aos pequenos empreendedores, ouvi de suas próprias vozes que seu grande problema é não conseguir comprar embalagens da indústria que as produzem porque não atendem a quantidade mínima exigida por elas. Eu mesmo já tive que conseguir embalagens para um cliente que não é tão pequeno assim e foi muito difícil encontrar quem se dispusesse fornecer na quantidade que ele precisava.

Portanto, é importante reconhecer que para participar da revolução do indivíduo que já está em curso, a indústria de embalagem precisa mudar seu mind set e considerar seriamente adotar novos modelos de produção e tecnologias que permitam atender um número muito maior de clientes com quantidades menores.

Este grande desafio já vem sendo enfrentado por empresas que romperam paradigmas na forma de produzir, vender e entregar embalagens para microempresas e empreendedores espalhados por todo o território nacional.

Estas empresas pioneiras criaram sites e ferramentas de e-commerce, mudaram seus sistemas de cobrança integrando meios de pagamento eletrônicos com seus sistemas operacionais administrativos, logística de entrega e envio de mercadorias e venceram uma série de dificuldades culturais de suas organizações para poder operar nesta nova realidade.

As vendas online estão sendo adotadas até mesmo por gigantes do setor que reconheceram a necessidade de se adaptar ao novo cenário pois como bem frisou o mestre Darwin, não é o mais forte, mas aquele que melhor e mais rápido consegue se adaptar quem sobrevive e prossegue na grande jornada da evolução.

A revolução do indivíduo não é apenas uma terminologia, mas uma realidade inexorável que está diante de nós e para a qual não podemos ficar alheios, é preciso participar, caminhar com ela em direção ao futuro que já é, já está e do qual não podemos nos esquivar.

 




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